Luna Maria vai à França

postado em: Vida na França | 6
Et oui, depois de muitos meses de espera, do começo difícil e com mega saudade, Luna Maria finalmente está aqui conosco, alegrando nossas manhãs, deixando a chegada em casa muito feliz e com uma recepção digna de reis! Mas para que toda essa felicidade fosse possível, o caminho foi longo e nada simples…


Primeira providência: descobrir o caminho das pedras pra exportação de animais (e sim, eles são exportados, coitados). Sorte a minha que sou filha de veterinários (apesar de não saber muito bem diferenciar pato de ganso ) e graças aos conhecidos descobri o começo do caminho: implantar um microchip na minha micro cadela. E lá fomos nós, eu, ela e o monte de dentinhos que ela tem na boca e fora dela também. Em tempo: Luna Maria é uma yorkshire de quase três anos, muito pequena, que eu carinhosamente chamo também de Micro doggy, e ela tem um charme: é prognata, ou seja, o queixo é um pouco avantajado (tudo bem, no caso dela é beeeem avantajado) e os dentinhos de baixo ficam expostos, o que deixa ela com um eterno sorriso! Por conta desse charme, Bernardo apelidou a coitada de Gavetinha, porque parece que é uma gaveta aberta o tempo todo… Enfim, cada um com seu apelido…

Na clínica veterinária recebi a orientação sobre os procedimentos necessários pra viagem da peluda: implante de microchip de identificação, exame de sorologia antirrábica (só é feito pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, e o laudo vem em inglês e nele consta o número do microchip, então não dá pra inverter a ordem do processo), atestado de saúde animal emitido pelo veterinário e Certificado Zoossanitário Internacional, emitido pelo Ministério da Agricultura.



Foi feito então o implante do chip e coletado o sangue pra ser enviado pro exame em São Paulo. Um detalhe importante: nada de mandar fazer o exame perto do vencimento da vacina antirrábica, pois o resultado vai ficar abaixo do valor estabelecido como referência. Descobri isso depois de receber o resultado do exame, e a veterinária tinha me dito que não seria problema, que daria certo… Bom, o exame indicava que ela estava imunizada, mas por uma diferença de valor ridícula ele teria de ser repetido… Luna foi vacinada, porque já estava em tempo, esperei um mês após a vacinação pra repetir o exame, que veio com resultado satisfatório. Tudo isso foi feito em meados de 2009, o exame não precisa ser repetido à condição de que a vacinação antirrábica esteja em dia.

Depois dessa primeira etapa foi a vez da espera até nossa volta ao Brasil. Então teve início a segunda etapa do processo: a passagem pelo Ministério da Agricultura para emissão do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI). Liguei pro Ministério no aeroporto de Confins e fui mega bem-atendida pela veterinária de plantão, que inclusive me encaminhou o modelo de atestado de saúde que deveria ser preenchido pela veterinária que faria o exame de saúde da Luna. Marquei então a ida à veterinária e, em seguida, ao Ministério para emissão do CZI. Deixei esses dois compromissos para o mesmo dia, mas o atestado de saúde tem validade de três dias, ou seja, a visita ao veterinário deve ser feita já com a ida ao Ministério agendada, e esta última deve ser feita até dez dias antes da viagem, mas a veterinária do aeroporto me recomendou fazer o mais perto possível da viagem, no caso da Luna, quatro dias antes ela estava com a documentação toda pronta. 

O pessoal no Ministério é muito gentil, esclarecem por telefone todas as dúvidas e ainda me orientaram sobre o passaporte europeu pra Luna que facilita o trânsito dela nos países da União Europeia. Também me orientaram sobre a nossa próxima viagem ao Brasil (pasmem, entrar e sair do Brasil com animal é complicado) quando eu devo procurar o órgão de vigilância sanitária francês pra liberar documentação pra ela…


Bom, todo o processo burocrático resolvido, nos restava apenas embarcar! Mas longe disso ter sido o mais simples, no fim das contas foi o mais complicado… Chegamos ao aeroporto com a antecedência de três horas que fui informada, e o guichê de check-in não estava aberto, nem a loja da TAP, pra pedir informações sobre o embarque da Luna e o pagamento da taxa. Depois de um atraso de trinta minutos o check-in foi iniciado, éramos os segundos da fila e fomos felizes da vida despachar as malas, a ideia era fazer o check-in e jantar para que, em seguida, toda a tropa que nos levou ao aeroporto pudesse voltar pra casa. Foi exatamente no momento em que fui questionada sobre o pagamento da taxa de embarque da Luna que começou o calvário…

Primeiro, a moça do check-in não sabia como fazer o embarque de cachorro: não encrencou, mas visivelmente não tinha recebido orientação ou treinamento sobre como proceder nesse caso. Pediu a documentação, que entreguei, e em seguida virou pro colega do lado e perguntou o que fazer… Quando eu disse que ainda deveria pagar a taxa, ela me encaminhou ao guichê da loja, que estava fechado. Logo fomos informados da ausência da funcionária responsável pelo serviço, que e uma outra funcionária iria “quebrar um galho”. O tal quebra-galho demorou mais de uma hora, durante a qual a funcionária ausente orientou por telefone a funcionária “quebra-galho” sobre todo o procedimento para o registro do pagamento da taxa e emissão de recibo, que acabou sendo feito à mão. A fila do check-in diminuindo, Bernardo esperando, e uma fila crescendo atrás de mim para pagamento de taxas diversas… 



Encurtando a história, paguei a taxa e o recibo seria o documento de embarque da Luna até o destino final, Marseille. Embarcamos com ela, porque pelo peso e tamanho pudemos transporta-la na cabine, e ninguém deu notícia de que tinha um cachorro no avião porque ela dormiu praticamente o voo todo. Desembarcamos em Portugal, passamos pela imigração e nada de pedirem documento da Luna… Quando fomos embarcar em Lisboa, depois que eu apresentei minha passagem e já estava beirando a escada, a atendente viu que eu tinha uma bolsa de transporte de animal (preta, bem discreta) e pediu o recibo de pagamento, que foi tido como suficiente para o embarque da Luna. 


6 Responses

  1. GMattos

    Se ela fosse do tamanho de um Akita eu concordaria em ter soltado ela nos recepcionistas da TAP.

  2. Cínthia Coelho

    Titia Cinthia vai brincar com voce la na casa grande. Ja comprei presentinho novo outra vez!!! Fofinha da titia!! Gutchi, gutchi, gutchi!!

  3. Marta

    E foi nestes intermináveis 90 minutos de stress que percebemos o resultado da competência do programa do (des)governo da famosa INC(R)LUSÃO DIGITAL…pessoas que não sabem nem ler, mas "operam" um sistema de check in… Brazil, zil, zil (com "Z" mesmo)
    Portanto, amigos, se beber não dirija E MUITO MENOS GOVERNE (qq coisa…)

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