O que fazer em Nîmes

Última atualização 19 de maio de 2019
Se Aix-en-Provence foi a primeira cidade fundada pelos romanos na França, é em Nîmes que vemos de forma mais evidente parte da magnitude das construções do império. A cidade fica à cerca de 58km de Montpellier, sendo uma boa opção de bate-volta pra quem opta por se hospedar por lá, cerca de 105km de Aix-en-Provence e à 45km de Avignon e é um destino rico em patrimônio histórico, dos tempos em que os romanos ocuparam a região. A Provença possui outros monumentos romanos, sendo um anfiteatro em Orange (30km de Avignon, 100km de Aix-en-Provence) e um conjunto de anfiteatro e arena em Arles (75km de Aix-en-Provence). Além disso, a poucos kilômetros de Nîmes podemos visitar o pont du Gard, parte do aqueduto romano construído no século I e que é classificado como patrimônio histórico da Unesco

 

O que fazer em Nîmes: nos passos dos romanos

A cidade de Nîmes tem um considerável patrimônio romano preservado, e atualmente pleiteia junto à Unesco sua classificação como cidade patrimônio. Todos os lugares sugeridos formam um grande sítio de vestígios romanos fora do território italiano. Situada num ponto importante da estrada que ligava Roma à Espanha, a cidade cresceu no período do império romano sob o governo do imperador Augusto, principalmente após a construção do aqueduto de 50km que fornecia água desde a fonte em Uzès até Nîmes, cujo vestígio que atravessa o rio Gardon pode ser visto no impressionante sítio do Pont du Gard. O itinerário traçado no mapa tem 6km e pode ser percorrido inteiramente à pé, pois Nîmes é uma cidade plana. O único morro é a subida para a Torre Magna, com 100 metros de desnível, que pode ser feita pelo belo Jardim da Fonte. Encontre o mapa com o itinerário do que fazer em Nîmes no final deste post.

Arena de Nîmes

O anfiteatro romano de Nîmes é o mais bem conservado exemplar do período romano deste tipo de construção, mesmo não sendo o maior construído durante o império. Em seus tempos áureos, ele era dotado igualmente de uma cobertura para proteger os espetactadores do sol e intempéries. Com capacidade para cerca de 24 mil espectadores, sua utilização clássica no período romano acontecia em torno dos combates de gladiadores.

Durante a visita ao monumento, é possível nos munirmos de um áudio-guia com informações extremamente detalhadas sobre a arquitetura do anfiteatro, sua construção e história, assim como erros históricos comuns relativos aos gladiadores, como por exemplo o gesto usado para sinalizar a execução de um lutador derrotado e ainda o número de gladiadores que teria efetivamente sido morto em combate. Gladiadores eram propriedades extremamente caras e, contrariamente ao que é representado com frequência em filmes, não se eliminava um gladiador a cada combate, pelo contrário.

Atualmente o anfiteatro é usado em alguns momentos específicos do ano: as corridas com touros, tradição na região de Nîmes, Arles e Camargue, o Festival de Nîmes que acontece no mês de julho, ou ainda os jogos romanos realizados no início de maio.

Recomendo a visita ao monumento combinada com a subida à Torre Magna e visita à Maison Carrée. Para informações atualizadas sobre horários e tarifas, visite o site.

Museu da Romanidade e Porta da França

Uma das duas únicas portas de entrada que restaram das antigas muralhas que cercavam a cidade, a porta da França fica um pouco escondida na rua Porte de France, perto do anfiteatro. Incorporada à configuração atual da cidade, ela emoldura o vai e vem dos pedestres e motoristas.

Já o Museu da Romanidade possui um acervo que retraça 25 séculos de história da cidade, desde o período pré-romano, entre exposição permanente e espaços com exposições temporárias. Lembre de subir ao rooftop para ter uma visão da cidade no mesmo nível do anfiteatro logo em frente. Para informações atualizadas sobre acesso e tarifas, visite o site.

Maison Carré

Nîmes também abriga outros monumentos romanos como a Maison Carrée, construção inspirada nos templos romanos de Apolo e Marte, e que deve seu estado de preservação à utilização constante que foi feita do espaço desde o século XI, abrigando instituições do governo. Durante a visita é exibido um filme que retraça o período celta anterior à dominação romana, e a construção da Maison Carrée. Vale pegar o bilhete combinado que dá acesso ao Anfiteatro, Maison Carrée e Torre Magna (compensa mesmo se a visita for ao anfiteatro e apenas um dos dois monumentos. Válido por um dia).

Jardim da Fonte e Templo de Diana

Projetado durante o reinado de Luís XV, o primeiro jardim público francês começou a ser construído em 1745 e seu projeto teve por missão integrar os vestígios romanos encontrados ao estilo de jardim francês. O lugar onde hoje se encontra o grande jardim da cidade fica aos pés da torre Magna e era onde exisitam também as termas romanas, o templo de Diana, assim como o templo em homenagem ao imperador Augusto, cujo único detalhe existente hoje são as escadas circulares que ficam em torno da fonte. Os vários níveis do jardim previstos no projeto inicial nunca chegaram a ser finalizados, mas é possível ver que ao longo dos séculos adaptações ao projeto foram feitas de modo que o jardim chegasse à Torre Magna, que domina a colina.

O templo de Diana é um dos poucos vestígios de ocupação romanda ainda visíveis na região dos jardins, e não se sabe ao certo se o templo era uma biblioteca ou lugar de culto, mas certamente é uma ruína que merece a visita e fica próxima à fonte, pouco antes da escadaria que leva à torre.

A entrada ao jardim é gratuita. Veja aqui os horários atualizados de abertura do jardim ao longo do ano:

– de 1 a 30 setembro de 7h30 à 20h
– de 1 outubro a 1 março de 7h30 à 18h30
– de 2 a 31 março de 7h30 à 20h
– de 1 abril a 31 agosto de 7h30 à 22h
– e de 30 junho a 17 setembro : a parte baixa do jardim é aberta ao público às quintas, sextas e sábados de 7h30 à 24h.

Torre Magna

E no ponto mais alto da cidade vale visitar a torre Magna, única torre que restou das 80 que compunham a muralha da cidade e que servia de torre de observação. Vale a subida, de onde temos uma vista impressionante da cidade de Nîmes e seus monumentos, assim como um grande alcance no horizonte que cerca a cidade, sendo uma posição estratégica para defesa. Ao descer, faça o caminho pela rua e passe pelo castellum (indicado no mapa, próximo à universidade), onde chegava a água trazida pelo Pont du Gard para ser distribuída pela cidade.

Que fazer em Nîmes: arredores da cidade

Uma opção interessante para quem tem mais tempo para conhecer a Provença com calma é se hospedar em Nîmes. Num itinerário entre Montpellier e Aix-en-Provence, por exemplo, uma parada em Nîmes pode ser estratégica e, apesar da proximidade com Montpellier, dedicar ao menos um dia inteiro para visitar com calma o centro histórico da cidade, seus monumentos e ainda o Pont du Gard é um ganho de tempo interessante, além de poder vivenciar a cidade à noite. Outra atração que fica nos arredores de Nîmes é o Bambuzal de Anduze, um jardim imenso de inspiração japonesa criado por um botanista apaixonado pela flora asiática.

Itinerário de 6km pelo centro histórico e principais atrações de Nîmes. Os pontos vermelhos indicam estacionamentos pagos na cidade.

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