Cidade do Panamá

postado em: Américas, Panamá | 4

Nossa ida ao Panamá teve como destino principal Bocas del Toro, onde ficamos quatro dias e fizemos passeios muito legais, falei mais sobre eles neste post. Reservamos o restante do tempo pra conhecer um pouco da Cidade do Panamá, e contando com a noite da nossa chegada e manhã do dia de partida, acabamos ficando uma noite, um dia inteiro e uma manhã na cidade, tempo ideal pra visitarmos os pontos turísticos da cidade que havíamos escolhido pro nosso passeio de descoberta: Casco Antíguo, Panamá Viejo e Miraflores. Mesmo sabendo que os preços são mais que convidativos no país, nossa única compra foi uma malinha de mão porque nossas mochilas não comportavam presentes que ganhamos das mães (massa de pão de queijo sempre merece ser transportado com amor em uma mala resistente), mas quem for com essa finalidade vai se esbaldar nos shoppings e no próprio aeroporto internacional.

Como eu tinha falado neste post, na nossa primeira noite na Cidade do Panamá só saimos pra jantar, e aproveitamos pra descansar um pouco porque o voo é longo e a diferença de fuso horário é muito grande (nosso fuso era de 6 horas a mais em relação ao horário panamenho). Quando voltamos de Bocas del Toro fomos explorar um pouco a cidade, e em dia visitamos o Canal do Panamá e as ruínas do Panamá Viejo.

Miraflores – Canal do Panamá

Esse foi o passeio pelo qual eu mais ansiei na capital panamenha, e tivemos uma super oportunidade de ver um petroleiro e um transatlântico atravessando o canal. Chegamos lá de manhã, por volta das 10 horas, e o funcionário que contava a história do canal informou que ao meio dia e meia estava prevista a travessia de um navio, e pouco depois uma embarcação passaria pelo canal. O ingresso é válido para todo o dia, então saimos pra conhecer Panamá Viejo e voltamos pouco antes da hora da passagem do navio.

O canal do Panamá, construído no início do século XX possibilitando a navegação entre os oceanos Atlântico e Pacífico sem dar uma imeeensa volta, tem três eclusas, uma do lado do Atlântico e duas do lado do Pacífico, sendo Miraflores uma delas, e que neste ano completa seu primeiro centenário. E qual a graça disso? Bom, lembro vagamente do meu avô comentar sobre o canal do Panamá, que é um trabalho muito interessante de engenharia – o avô é engenheiro mecânico – e explicar sobre o funcionamento das eclusas. Quando cheguei ali, primeira coisa que fiz foi mandar uma fotinho pra minha mãe – que também gosta desse tipo de construção – e pedir pra ela mostrar pro vô. Achei muito legal ver os navios atravessando o canal, os turistas no centro de visitantes acenando pra tripulação do petroleiro, o capitão respondendo com um apito, e depois a embarcação atravessando com uma quantidade imensa de turistas, ninguém se conhece mas todo mundo se cumprimenta de longe, os do navio cumprimentam os da terra firme e vice-versa.

As tarifas para visitar a eclusa de Miraflores são diferenciadas: residentes e panamenhos pagam valores reduzidos, e turistas pagam um pouco a mais, achei bastante interessante essa forma de tarificação, e acho um exemplo a ser seguido por aí. Os valores são os seguintes (para turistas):

– Tarifas para visitar terraço, exposições e museu: US$ 8,00 adultos, US$ 4,00 pessoas acima de 60 anos, US$ 5,00 crianças (6 a 17 anos) e estudantes.
– Tarifas para visitar terraço: US$ 5,00 adultos, US$ 2,50 pessoas acima de 60 anos, US$ 3,00 crianças e estudantes.
Para beneficiar das reduções é necessário apresentar as justificativas (passaporte, carteira de estudante).

Petroleiro atravessando o Canal do Panamá

Panamá Viejo

Enquanto esperamos o horário certinho da passagem dos navios pela eclusa de Miraflores, aproveitamos pra dar um pulinho nas ruínas da cidade do Panamá. As ruínas ficam um tanto longe da eclusa, vale contar cerca de meia hora de trajeto de carro de uma até outra, e acho que foi um passeio muito interessante, porque confesso que minha primeira impressão da capital panamenha, com todos os seus prédios imensos, tinha sido um tanto desanimadora.Ainda bem que tivemos a oportunidade de ir às ruínas pra que minha impressão pudesse ser mudada. 
A capital foi fundada em 1519 pelo conquistador Pedrarias Dávila, e era origem da rota de exploração do ouro da colonização espanhola rumo ao Peru. No século XVII a cidade sofreu com tremores de terra, incêndios e ataque pirata, que devastou as primeiras construções. Parte das pedras usadas em Panamá Viejo foram aproveitadas para construção de fortificações no Casco Antíguo, e a torre da antiga igreja é um dos detalhes mais imponentes do que restou da primeira construção da cidade. Do alto da torre temos um belo panorama cheio de contrastes entre a cidade moderna e as ruínas, emoldurado pelas águas do Pacífico e vegetação que cerca a capital. 
Pagamos US$3,00 pra visitar o local, que é classificado como Patrimônio Mundial pela Unesco, juntamente com o Casco Antíguo, que visitamos na manhã seguinte, já que voltamos ao canal pra ver os navios passarem. Vale caprichar na camada de protetor solar porque o lugar é completamente descoberto e o sol judia da gente.

Casco Antíguo

A ideia inicial quando saimos para as visitas era ir ao canal do Panamá, Casco Antíguo e Panamá Viejo, tudo no mesmo dia. Mas o trânsito panamenho é um tanto pesado, e as distâncias também não colaboraram muito com nosso planejamento inicial, mas mesmo assim conseguimos dar uma espiada no Casco Antíguo depois de voltar da eclusa. Estávamos com fome e pedimos ao taxista pra nos deixar no Mercado dos Mariscos, onde almoçamos. Os sogros e o amigo do Bernardo tinham almoçado por lá antes da gente chegar, e sugeriram que o almoço do dia fosse lá, mas escolhemos um bar diferente e não tivemos tanta sorte com o peixe pedido, mas foi só dizer pra garçonete que o peixe não estava bom que ela nos serviu filé, e não cobrou por eles. Certeza que o horário que escolhemos contribuiu pra isso, já passavam das 15h quando fizemos o pedido, mas felizmente ninguém sofreu com sintomas de intoxicação alimentar, um alívio sabendo que nossa viagem de volta estava marcada para o dia seguinte. 
Depois do incidente do peixe, voltamos pro hotel e arriscamos deixar a visita ao bairro onde fica a sede do governo na manhã do dia seguinte, antes de fazermos o check-out no hotel. Pra nossa sorte conseguimos conciliar bem o tempo e percorremos algumas ruelas do centro, que está em processo de renovação das ruas e edifícios e com certeza ficará muito bonito quando os trabalhos forem concluídos. Grandes casarões em estilo colonial podem ser vistos por todos os cantos, e se não estivéssemos com o horário controlado por causa do hotel e voo, sem falar no calor que fazia, poderia ter ficado mais um tempo fotografando os contrates entre o renovado e o velho, o moderno e o antigo, que é uma assinatura da cidade do Panamá, que atualmente vive um boom de construções e ampliações: avenidas ampliadas, o canal do Panamá com obras de ampliação previstas para terminarem em 2014, construção do metrô da cidade, restaurações e renovações dos monumentos. A impressão que tive, depois de repensar todo esse “canteiro de obras” que vimos por lá, é que intenção do país é deixar de ser uma parada no meio do caminho entre as Américas, e tornar-se o destino final dos turistas. O lado caribenho é muito atraente, o lado do Pacífico está tentando atrair mais e mais visitantes. E parece que estão conseguindo.

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