Projeto #52livros, livro 15: Não vemos nada

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Antes de falar do livro 15 da listinha, quero deixar claro que não desisti do projeto, muito menos abandonei as leituras, ao contrário, continuo lendo diariamente, mas é verdade que os romances perderam um pouco para os artigos e livros de assuntos relacionados ao trabalho. O que não significa, entretanto, que não tenha romances no kindle ou na mesa de cabeceira: nesse meio tempo, entre um artigo científico e uma leitura puxada de Lacan, um autor tcheco (Kafka, com sua “Carta ao pai”) e um iraniano (Mahbod Seraji e “Os telhados de Teerã”) se infiltraram nas leituras. Foi uma pausa interessante, ao menos nos posts do projeto, porque conitnuo lendo arduamente os clássicos franceses selecionados no início, à medida que seleciono outros títulos contemporâneos.
O livro da vez foi indicado pela querida Renata Inforzato, do delicioso blog Direto de Paris. A Renata é jornalista e estuda história da arte na cidade luz, e como eu gosto do assunto e quero aprender um pouco mais, pedi pra ela indicações de leitura no melhor estilo “história da arte para iniciantes”, e Daniel Arasse foi o autor que ela me indicou sem hesitar. Além do título que é assunto deste post, escolhi outros dois pra integrarem minha lista de leitura: “História de pinturas” e “O sujeito no quadro” (tradução livre dos títulos). 
Em “Não vemos nada” o autor guia nosso olhar por obras escolhidas a dedo e apresentadas em seis textos cheios de reflexão e com linguagem extremamente acessível, sem ser pedante nem técnico, o que pode espantar os leigos. Seu objetivo é mostrar, através da análise de obras cuidadosamente escolhidas, como certos detalhes de grande relevância pra compreensão da mensagem do artista podem nos escapar, mesmo sendo representadas de forma relativamente explícita na tela. Mais do que conter significados escondidos em busca de serem desvendados séculos mais tarde, alguns detalhes podem simplesmente indicar por onde devemos começar a “leitura” da tela, seguindo como ponto de partida para entender a cena representada e história contada. E é com grande brilhantismo que Daniel Arasse descomplexifica alguns detalhes que acabamos por não ver, e com isso, acabamos por não ver nada da obra e da mensagem que o pintor tenta transmitir no seu contexto.

On y voit rien – Daniel Arasse

Non, je n’ai pas laissé tombé ce projet, ni ai-je arrêté la lecture, au contraire, je lis davantage des textes, ainsi que des romans. Mais il m’est arrivé de m’égarer un peu du thème du ce projet, c’est-à-dire la lecture de 52 ouvrages d’écrivains français, ce qui a entraîné par la suite un cumul de billets à écrire et un tri parmi les lectures d’ouvrages d’écrivains étrangers – un tchèque et un iranien font partie du groupe.


J’ai choisi un différent type d’ouvrage pour donner suie à mon projet : il s’agit de l’excellent “On y voit rien”, de Daniel Arasse, petit recueil de six textes à travers lesquels l’auteur guide notre regard vers un au-delà de ce que nous voyons dans les tableaux : petits détails qui peuvent nous échapper et qui révèlent les astuces de chaque peintre pour capter notre attention et transmettre son message. 

Ce qui est pour moi une découverte peut paraître banal au yeux des certains. Rassurez-vous, je ne suis pas complètement ignorante dans la matière, mais je me sens très en décalage dans ce domaine. N’ayant pas étudié l’histoire de l’art au collège de façon plus approfondi, j’essaye de combler cette lacune par la lecture d’ouvrages sur ce sujet, et je profite également pour visiter des musées ainsi que des églises et galeries d’art un peu par tout où nos voyages nous amènent, histoire d’élargir les horizons artistiques et de sortir des sentiers battus des chefs-oeuvre les plus connus en exposition.

Deux autres ouvrages du même auteur sont déjà sur ma liste de lecture : “Histoire de peitures” et “Le sujet dans le tableau”.  

2 Responses

  1. Renata Inforzato

    Oi Nat! Que bom que vc gostou do Arasse. Ele me tirou muito o trauma que tinha em analisar e estudar uma obra de arte. Me ajudou muito na faculdade, foi indicação dos professores. Ele torna a arte realmente acessível e acaba com o mito de que tem que ser um iniciado para entender uma obra. Adorei o texto e já vou caçar indicações de leitura aqui no Destino Provence. E obrigadão pela referência ao Direto de Paris. Um beijão

  2. Natalia Itabayana

    Adorei a forma como ele apresenta as obras, informal como se fosse um bate papo entre amigos, o que aproxima ainda mais a arte do leigo. Adorei a indicação!

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