O que visitar em Rouen: principais atrações da capital da Normandia

Fazia muito tempo que eu queria visitar a região francesa que nasceu da ocupação viking (Normandia significa, literalmente, a terra dos homens do norte, e esses homens foram ninguém menos que os vikings). Posso até dizer que essa viagem foi uma parte dois do Tour Viking de 2014. Rouen foi nossa porta de entrada na região da Normandia, a primeira parada de uma viagem que durou pouco mais de uma semana. Um dos principais motivos da ida à Normandia foi conhecer a cidade onde Joana d’Arc foi presa e, em seguida, executada. Outro motivo era visitar dois ícones da cidade: o grande relógio e a catedral de Rouen. Sem muitas pretensões além disso, verifiquei no blog da Renata o post que ela conta como foi sua viagem à Rouen e como contei no roteiro dessa viagem pela Normandia, planejei ficarmos duas noites por lá, porque viajar com bebê demanda uma reorganização no ritmo de viagem.

Fomos de trem de Paris até Rouen, saindo da estação Saint Lazare. A viagem durou pouco mais de uma hora e o preço foi muito camarada (pagamos 10 euros por adulto pra viajar no trem Intercités em março de 2016, ticket sem lugar marcado, bebê e Luna viajaram de graça). Chegamos no fim da tarde, por volta das 18h e já estava começando a anoitecer, e fomos à pé mesmo até nosso hotel, que não ficava tão longe assim da estação de trem. Existem duas estações de trem em Rouen e chegamos na Rive Droite, construída na margem direita do rio Sena (como a própria cidade de Rouen, que nasceu nesse lado do rio e posteriormente se expandiu pra outra margem). No caminho, nosso queixo foi se arrastando pelo chão de tanto monumento lindo concentrado: logo que saimos da estação consiguimos avistar as pontas das torres das igrejas, passamos em frente à Torre Joana d’Arc. Depois de passarmos diante da Abadia Saint-Ouen, seguimos até a margem do Sena, nas costas da catedral, onde ficava nosso hotel. Deixo aqui o roteiro do que visitar em Rouen, baseado no que vimos em dois dias na cidade, com vídeo e mapa no fim do post:

 

Centro Histórico

Um passeio pelo centro histórico de Rouen é uma excelente viagem através dos diversos estilos arquitetônicos dessa região da cidade: as casinhas com telhas de ardósia, algumas com fachadas inteiras cobertas pela pedra cinza, outras com fachadas coloridas decoradas em madeira. Quando fomos ao Office du Tourisme pedir indicações de passeios, esse foi o primeiro que conselho que recebemos: Rouen é facilmente percorrida à pé, e o trajeto é muito agradável.

Catedral Notre-Dame de Rouen

A imponente catedral de Rouen ocupou até 1880 o lugar de edifício mais alto do mundo, graças à flecha em estilo neo-gótico em ferro fundido que mede 151 metros de altura. Essa ponta pode ser vista facilmente de diversos pontos da cidade, e foi o primeiro detalhe que saltou aos olhos tão logo saimos da estação de trem em Rouen. A catedral é de estilo dominante gótico, mas começou a ser construída em 1050 em estilo românico e no século seguinte tiveram início os trabalhos de expansão em estilo gótico. Além da imponência da fachada, um detalhe interessante faz com que ela seja conhecida como uma “catedral humana”: a assimetria entre os dois lados, com torres diferentes, confere à Catedral de Rouen essa característica ímpar. É nela também que repousam os primeiros duques da Normandia, notadamente Rollo, o primeiro duque normando (quem aí também é fã da série Vikings?), e o rei Ricardo Coração de Leão. Foi emocionante me deparar com esse monumento gigantesco, que me fez sentir estar dentro de um dos quadros de Monet – o artista representou a catedral de Rouen diversas vezes em suas pinturas.

Informações práticas:
Horários de visita:
Alta temporada (01/04 a 31/10) de terça à sábado de 9h às 19h, domingos de 8h às 18h e segundas de 14h às 19h
Baixa temporada (01/11 a 31/03) de terça à sábado de 9h à 12h e de 14h às 18h, domingos e segundas de 14h às 18h

Grande Relógio

Construído em 1389 como forma de compensação após a retirada da torre dos sinos, que simbolizava as liberdades dos cidadãos na época, como forma de punição do rei perante uma revolta dos cidadãos de Rouen em 1382. No lugar onde antes havia a torre dos sinos foi então construída uma outra torre que abrigaria então o Grande Relógio, um dos mais antigos da França, tendo funcionado do século XIV até 1928.

Infelizmente quando estivemos na cidade uma das suas principais atrações estava fechada para manutenção. Demos um azar danado, pois o relógio ficou fechado exatamente durante os dois dias que ficamos em Rouen, mas ainda assim pudemos contempla-lo inúmeras vezes durante nossas andanças pela cidade, pois sempre fazia questão de passar por ali, só pra ver se algum detalhe da fachada tinha me escapado num outro momento de observação.

Para visitar:
Ingresso: 7€ tarifa integral, 3,50€ tarifa reduzida, gratuito para crianças até 6 anos
Dias e Horários: fechado às segundas-feiras, em 1 de janeiro e 25 de dezembro.
Alta temporada (01/04 à 31/10): aberto de terça-feira à domingo, de 10h às 13h e de 14h às 19h
Baixa temporada (01/11 à 31/03): aberto de terça-feira à domingo, de 14h às 18h

 

Place du Vieux Marché

A praça do mercado antigo é hoje um lugar movimentado e com muitas opções de restaurantes, mas nos tempos da Guerra dos Cem Anos foi o palco da execução da donzela de Orléans, Joana d’Arc. A fogueira onde a moça foi executada aos 19 anos é hoje sinalizada por uma imensa cruz próxima a igreja erguida em homenagem à santa. O tamanho da praça era bem menor na época, e duas igrejas existiam no local ao lado do mercado na época. As ruínas de uma das igrejas são visíveis na praça, e o mercado funciona todos os dias, com peixes e frutos do mar frescos de dar água na boca!

Igreja Santa Joana d’Arc

Quando me vi diante da igreja nada convencional que ocupa o centro da praça do Mercado Velho de Rouen só consegui imaginar um barco viking de cabeça pra baixo, e quando entrei na igreja tive a confirmação da suspeita: o teto da igreja é estruturado da mesma forma que o casco de um barco. O contraste da modernidade com os vitrais renascentistas da antiga igreja Saint-Vincent impressiona.

Museu Le Secq des Tournelles

Ainda no Office du Tourisme a moça nos havia falado sobre dois museus: o museu de Belas Artes de Rouen e o Museu Le Secq des Tournelles, também conhecido como museu do ferro, e acabamos optando por visitar o último por questão de tempo, afinal seria uma visita mais rápida. E foi realmente uma visita menos demorada do que teria sido no museu de Belas Artes, mas bem rica, pois o trabalho em ferro exposto no museu que ocupa a igreja Saint-Laurent, e as artes do ferro expostas e encontram harmonia junto à arquitetura gótica do edifício.

 

 

Sitehttp://museelesecqdestournelles.fr/fr
Entrada gratuita para coleção permanente
Funcionamento: Aberto de 14h às 18h. Fechado às terças-feiras, 1 de janeiro, 1 de maio, 1 e 11 de novembro, 25 de dezembro.

Torre Joana d’Arc

Único vestígio do castelo construído no século XIII a torre foi palco do julgamento e prisão de Joana d’Arc. Nela são expostas obras que fazem menção à donzela de Orléans, maquete de Rouen nos tempos de Joana d’Arc, além de escritos de época. A escadaria é um desafio à parte, principalmente com bebê amarrado no colo!

Abadia Saint-Ouen

O dormitório do antigo monastério beneditino hoje abriga a prefeitura de Rouen, mas parte do imenso complexo é reservada à igreja, a segunda mais alta da cidade, o primeiro grande edifício no nosso caminho entre a estação de trem e o hotel, que vimos já com as iluminações noturnas. Por conta dos horários de baix temporada acabamos não conseguindo visitar o interior da igreja, que tem um dos órgão mais famosos do mundo.

 

Igreja Saint-Maclou

Esse foi mais um monumento que não tivemos sorte de visitar por conta dos horários de abertura, mas o exterior da igreja dedicada à Saint-Maclou (ou Saint-Malo) é por si só uma bela atração. A igreja sofreu sérios danos na época da Segunda Guerra e sua torre foi seriamente danificada, assim como o altar que foi destruído, mas graças aos restauros realizados a igreja foi preservada.

Palácio de Justiça

Cicatrizes de tempos bélicos não muito distantes “ornam” a fachada do edifício do Palácio de Justiça de Rouen, e o intuito da não restauração da fachada do monumento é justamente sensibilizar sobre os efeitos das guerras. Na entrada do edifício uma placa explica de forma breve o episódio da “Semana Vermelha” que acontece entre 30 de maio e 5 de junho, quando a cidade de Rouen é violentamente bombardeada e o objetivo da operação era a destruição das pontes sobre o rio Sena e desestabilizar o exército alemão visando a chegada do exército aliado.

 

Onde se hospedar

Rouen é relativamente pequena, e pode ser facilmente percorrida à pé. Nessa viagem, optamos por alugar carro somente no litoral, fazendo os deslocamentos entre Paris, Rouen e Le Havre de trem. Por isso nossa hospedagem em Rouen não deveria ficar tão longe da estação de trem por onde chegamos, nem do centro, e nos hospedar perto do Sena foi uma oportunidade de observar o rio com olhos de quem imaginou os vikings chegando por ali para conquistar a região. Além disso, calhou que tudo fica bem próximo em Rouen, o que fez nossa escolha ter sido excelente. Em praticamente 5 minutos estávamos diante da catedral e a poucos passos do relógio. Nossa caminhada pela cidade foi deliciosa.

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5 Responses

  1. Aline

    Olá, como vai?
    Li seus posts sobre o Master em Psicologia e fiquei curiosa em saber se os estágios são remunerados.

  2. Natalia Itabayana

    Oi Aline, os estágios não são remunerados. Se tiver mais dúvidas pode comentar direto nos posts de referência, assim outros leitores que teriam dúvidas parecidas podem encontrar respostas nos comentários ?

  3. Juliana Bravin

    Uau, eu que já dou louca pra conhecer a França fico ainda mais encantada depois de ler os seus posts.Nunca pare com esse trabalho maravilhoso.

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