Meus 14 pôres do sol favoritos de 2014

postado em: Vida na França | 2
Dezembro é o mês que inspira séries de retrospectivas do ano que se termina, e apesar de não ser uma tradição aqui no blog – só escrevi um post de retrospectiva em 2012 – estava pensando em qual post publicaria primeiro no último mês de 2014, enquanto revia fotos das viagens que fizemos neste ano para selecionar pros posts pendentes. As fotos que mais retiveram minha atenção foram de pôr do sol, esse momento especial do dia e que exerce um fascínio imenso sobre mim, e daí tive a ideia de reunir meus 14 cliques favoritos desse espetáculo diário sem igual. Veja as fotos conta nos comentários qual é seu favorito.

1- Château de Vauvenargues

Fizemos nossa primeira visita ao vilarejo vizinho, que fica ao pé da montanha Sainte Victoire, em fevereiro pra ver a paisagem mais ou menos branquinha, pois tinha caído meia dúzia de floquinhos de neve no dia. Vauvenargues fica na face norte da montanha, que funciona como um paredão e bloqueia parte das nuvens, deixando a neve nos vilarejos ao norte e no topo, que chega a pouco mais de 1000 metros de altitude. Fizemos um piquenique – sim, éramos as únicas almadas penadas vivas andando pelas ruas do vilarejo em pleno domingo meio com neve meio com chuva, acompanhados da Luna, claro – e na hora de voltar pra casa pudemos assistir o sol baixar sobre o castelo do vilarejo, que pertenceu à Picasso e onde o artista está enterrado. Apesar do friozinho, valeu o passeio.


2- Cours Mirabeau – Aix-en-Provence

Poucos dias mais tarde, mais precisamente doze dias depois, no dia de São Valentin – o dia dos namorados aqui na Europa – eu estava no centro de Aix e precisava comprar algo na papelaria no alto do Cours Mirabeau. Pra minha sorte, sai da papelaria a tempo de ver o sol de pôr no fim da charmosa avenida, que estava cheia de casais caminhando tranquilamente. Algumas poucas nuvens enfeitavam o céu na ocasião, e foram tingidas pelos últimos raios do sol, e a cena se mostrou uma composição perfeita pro dia. Pena que eu só estava com meu celular – como em Vauvenargues – pra registrar o momento.


3- Foz do Douro – Porto

O passeio à foz do rio Douro, em Porto, foi feito no final de maio. Escolhi o fim do dia por motivos óbvios – mineira que sou, adoro mar. Quando o mar em questão serve de leito pro sol se recolher, forma a dobradinha perfeita pra mim. Caminhamos da Ribeira até a foz – é meio longe, mas a gente gosta mesmo é de andar. Chegando lá, o sol estava no ponto ideal pra fazer várias fotos, deixando um toque de dourado sobre a paisagem ao redor. De repente, me lembrei da primeira vez que contemplei o sol com Bernardo, doze anos atrás. Estávamos igualmente à beira do Atlântico, mas em Anchieta, onde nos conhecemos, e o sol nascia. Ali, no Porto, do outro lado do oceano, unimos duas pontas da nossa história. E assisti um pôr do sol de arrancar lágrimas de tão belo.


4- Portovenere

A última cidadezinha litorânea que visitamos na Ligúria foi iluminada pelos últimos raios de sol quando chegamos. Não tardamos muito no porto e nos dirigimos logo ao ponto mais alto e próximo ao mar, que calhou ser a gruta de onde lord Byron iniciou sua travessia a nado. Uma janelinha aberta na muralha se prestou perfeitamente a emoldurar o momento da nossa chegada, que coincidentemente era o momento em que o horizonte desfrutava da derradeira luz solar do dia.


5- Florença

Depois de termos sido brindados com um belo pôr do sol no dia de nossa chegada, Florença nos surpreendeu novamente no dia seguinte. Enquanto esperávamos o horário marcado pro nosso jantar fomos percorrer as ruelas dos arredores pra passar o tempo, até que chegamos na Piazza dei Pitti, em frente ao palácio de mesmo nome, onde  vimos várias pessoas estavam assentadas e até mesmo deitadas, todas olhando na mesma direção. Resolvemos nos juntar a eles, e fizemos bem, foi assistimos ao pôr do sol emoldurado não pelas colinas toscanas, mas pelos edifícios renascentistas da cidade.


6- Ruínas do castelo papal – Châteauneuf-du-Pape

Em agosto fomos à Châteauneuf-du-Pape pra Festa da Véraison, um evento que reúne produtores de vinho, artesãos e artistas de rua e nos transporta à Idade Média, quando os papas se instalaram na região durante um século, transferindo do Vaticano pra Avignon o centro administrativo da igreja católica. Estávamos voltando pro carro pouco antes do fim do dia, quando decidimos ficar na cidade pra jantar. Ao regressarmos, o sol baixava ao lado das ruínas do castelo de veraneio dos papas. Sábia foi nossa decisão de adiar o retorno, pois além do encerramento da festa e do excelente jantar, pudemos assistir a mais um crepúsculo inesquecível.



7- Passeio de barco em Estocolmo

Nosso primeiro dia de passeio pela capital sueca se encerrou com um passeio de barco. Estava receosa por ser o último horário, com medo da pouca luz nos privar da vista de pontos importantes e interessantes do percurso, mas felizmente não foi o que aconteceu, ao contrário. À medida que nosso barco se afastava de Galma Stan, o centro antigo da cidade, o sol baixava no horizonte, e meus olhos acompanharam cada instante desse momento, que fez com que nosso passeio fosse no horário perfeito.



8- Nevsky Prospekt – São Petersburgo

O Tour Viking foi recheado de belos momentos, passeios inesquecíveis, paisagens espetaculares, sonhos realizados – a Rússia estava no topo da minha listinha há quase dez anos, desde que visitei a França. Claro que considero essa ida ao maior país do mundo como um “pulinho”, e espero voltar em breve pra conhecer outros cantos deste lugar que tanto me surpreendeu – positivamente. Até na hora de se despedir, São Petersburgo o fez em grande estilo. Enquanto caminhávamos pela última vez até a estação de metrô pela Nevsky Prospekt, dei uma derradeira olhada pra trás, e me deparei com o sol baixando no horizonte. Aproveitei o curto tempo em que sinal de pedestres estava verde, corri até o meio da avenida e fiz a foto, com o celular mesmo porque a câmera fotográfica estava na mochila. Foi o único pôr do sol que vi na cidade, pois os dias anteriores tinham sido bastante nublados.


9- Mar Báltico

Nosso Tour Viking não mereceria esse nome se não tivesse uma travessia de barco pelo mar Báltico, e foi durante a travessia de retorno de Tallinn, na Estônia, até Estocolmo que assisti mais um momento sublime orquestrado pela nossa grande estrela. E mais uma vez, pra minha alegria, o mar recepcionou com delicadeza os derradeiros raios solares.



10- Camargue

A Camargue é uma região de planície localizada no delta do rio Ródano, famosa por seus belos cavalos brancos, pelo sal e arroz cultivados em seu território frequentemente alagado. Durante praticamente um ano frequentei a região por ocasião do meu estágio de último ano do mestrado, e passado o momento inicial de vertigem em planície que comumente acomete os mineiros – insira aqui sua dose de ironia – cada dia a paisagem me encantava mais e mais, mas nunca tive oportunidade de parar e apreciá-la com os devidos tempo e atenção – sem esquecer a câmera fotográfica. Até que fomos convidados a passar o dia numa fazenda por ali, momento ideal pra admirar a planície, os cavalos e o pôr do sol num raminho de lavanda, a derradeira do jardim – e da temporada.


11- Pont du Gard

O sul da França é repleto de monumentos romanos, e o Pont du Gard é seu dúvidas uma visita imperdível na região – mas demoramos mais de quatro anos pra fazermos nossa primeira visita, culpa da máxima do procrastinador: é logo ali, qualquer dia vamos lá. Pois as visitas foram a ocasião perfeita pra marcarmos o “qualquer dia”, e o horário escolhido não poderia ser outro: o fim do dia. 


12- Castelo Nymphenburg – Munique

Em outubro fomos comemorar dois aniversários na Bavária: o meu, e nosso aniversário de casamento. Essa foi nossa terceira viagem à Munique e a primeira fora da Oktoberfest, que já visitamos por duas vezes. Aproveitamos pra conhecer outros pontos da capital bávara que ainda não conhecíamos, e o Castelo Nymphenburg foi um deles. Apesar de não termos visitado o interior do castelo, passeamos pelos jardins e arredores, e imaginamos o quão belo o complexo deva ser durante a primavera e o verão. Mas dificilmente o pôr do sol outonal emoldurado pelas linhas da construção será superado pelo mesmo momento nessas outras estações.


13- Alpes austríacos – Salzburg

Ainda durante a viagem à Munique, aproveitamos pra fazer um passeio bate-volta à Salzburg. O céu estava parcialmente encoberto, mas no fim da tarde as nuvens diminuiram, sem desaparecer completamente. Durante nossa visita ao castelo Hohen Salzburg, que aconteceu já no fim da tarde, o sol apareceu pra iluminar o horizonte e tingir de dourado as nuvens que pairavam sobre os Alpes. E se tem cena que me deixa tão boquiaberta quanto um crepúsculo no mar é o mesmo momento emoldurado por montanhas. 


14- Rotonde – Aix-en-Provence

De retorno à nossa querida Provença, o sol não deixa de se recolher de maneira majestuosa, diariamente. E um dos meus lugares preferidos na cidade é também um dos pontos mais bonitos pra assistir esse momento, principalmente quando o céu recebe pinceladas de nuvens meio “esticadas” pelo capricioso vento mistral. Ele pode incomodar, poder gelar os ossos durante o verão, mas tem seu mérito em proporcionar belas paisagens que, tenho certeza, inspiraram os impressionistas que por aqui passaram.

2 Responses

  1. Por aí e Por aqui

    Todas suas fotos estavam lindas. Mas me encantei especialmente pelas 1, 4, 9 e 13. Também adoro pores do sol no mar. Acho que os raios ganham formas incríveis!

    Achei um ótimo balanço para 2014.

    Que 2015 te proporcione outros tão ou mais belos quanto esses! 😉

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