Saint-Saturnin-lès-Apt

postado em: França, Provença, Vaucluse | 2

Sempre que escolhemos um destino novo pra conhecer na região programo o GPS pra evitar autoestradas pois assim é garantia de que iremos encontrar belas paisagens e conhecer novos vilarejos pelo caminho. Assim, o trajeto em si vira uma atração à parte no nosso passeio, e por vezes temos que resistir às inúmeras paradas no caminho, caso contrário o destino final acaba deixado de lado porque o tempo fica curto. Desta vez, a surpresa apareceu no meio do caminho pra Sault: algumas rotatórias depois de Apt, um vilarejo medieval se desenhava no horizonte à nossa frente, e tudo indicava que iríamos atravessar o vilarejo pra continuar o itinerário. Foi assim que Saint-Saturnin-lès-Apt deixou de ser mais um vilarejo bonito no caminho e virou parada quando estávamos de volta pra casa.

 

 

O vilarejo já chama atenção de longe, quando ainda estamos na estrada: construído num promontório, avistamos ao longe as ruínas medievais que cercam uma igreja do século XIII. Em seguida, o olhar é voltado ao moinho, mais perto do centro da cidade. Um segunda igreja, desta vez no coração do vilarejo, é o terceiro ponto alto que conseguimos ver da estrada, que atravessa o lugar. As ruas, tomadas de pessoas e feirantes, anunciam uma das atividades dominicais mais comuns durante o verão provençal: a brocante, uma feira de objetos usados e antiguidades. Inevitavelmente, encontraremos um ou dois itens que nos fazem lembrar da casa da avó.
As fachadas do casario de Saint-Saturnin-lès-Apt já indicam que estamos na região do ocre. Rustrel, onde fica uma antiga mina de exploração de ocre e que hoje é conhecida como “Colorado Provençal” devido à forma que a ação da exploração humana imprimiu na paisagem, fica a poucos kilômetros de distância, e pode ser vista do alto do vilarejo. Quando chegamos aos pés da igreja antiga, que fica no ponto mais alto do lugar, que sentimos o mistral soprar com toda sua força: era difícil manter a câmera fotográfica estável pra registrar a paisagem ao redor.
Antes de conhecer a Toscana, eu já tinha a ligeira impressão que as paisagens do Luberon se assemelhavam às paisagens da região italiana, onde o mar de girassois cobre as colinas durante o verão. Depois que visitamos a região durante a semana da páscoa deste ano, minha ligeira impressão se confirmou. Obviamente, as regiões não são idênticas: no Luberon, uma vasta região de planície estende-se entre o petit Luberon e o grand Luberon, e grande parte desta planície é cultivada. A agricultura é uma das principais atividades econômicas da região, e oliveiras, vinhedos e lavanda puxam o carro das culturas, mas também vemos campos de trigo e girassois colorirem a região. E é justamente essa combinação de girassois, vinhedos e ciprestes, numa paisagem absurdamente verde com os montes do pequeno e grande Luberon ao redor que me fazem pensar que a região é uma prima provençal da Toscana.
A região do Luberon é extremamente rica em vilarejos históricos e paisagens que parecem saídas de contos de fadas, e a cada nova visita voltamos pra casa ainda mais maravilhados, com vontade de voltar logo – ou fazer como Peter Mayle, e comprar uma casinha num vilarejo por ali.

 

 

 

Oliveiras e lavandas aos pés das ruínas do vilarejo: atividade agrícola é o forte da região do Luberon

 

 

O vilarejo de Saint-Saturnin-lès-Apt visto das ruínas

 

No centro da foto, o Colorado Provençal de Rustrel, antiga mina de ocre

 

Igreja do século XIII

 

Reservatório de água do vilarejo

 

O homem edificou as muralhas do vilarejo sobre a fundação que a natureza construiu

 

A muralha praticamente integra a paisagem

 

2 Responses

  1. fcortezhector

    Eu tenho conversado com a minha namorada dizendo para fazermos o mesmo (evitar autoestradas) mas ela ainda não pegou o espirito 😛 haha Vou mostrar esse post pra ela e talvez ajude a convence-la! (:

    Quero muito conhecer a região de Luberon. Vou planejar uma visita logo logo! (:
    Ahhh, parabéns pelas belas fotos!

  2. Natalia Itabayana

    Adoro estradinhas, até pra ir pro trabalho eu evito ao maximo a autoestrada! Me acostumei inclusive que a infinidade de rotatorias ao longo do caminho!

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