Planejada pouco tempo depois da nossa chegada, nossa primeira visita ao Brasil aconteceu no final de outubro, dois dias depois do meu aniversário, em meio à greves e manifestações na França, temendo ter nosso voo cancelado em função dos tumultos. A volta tinha um objetivo muito importante: a cerimônia religiosa do nosso casamento.
Que saudade de Luna Maria!
Dentro das malas levamos poucas roupas, já que deixamos alguns trapinhos no Brasil, mas também levamos os ternos do Bernardo, sapatos meu e dele, e meu vestido de noiva, tecido por mim durante praticamente todos esses meses na França. Os convites tinham sido devidamente distribuidos, alguns chegaram com um certo atraso em função da confusão dos Correios no Brasil, outros tiveram de ser substituídos pela versão digitalizada (viva a tecnologia!).
Matando saudade de mãe
Thais nos deu uma caroninha até o aeroporto, e antes fizemos uma escala na casa dela pra deixar nossas plantinhas, e no momento de descer do carro tentando desviar dos vasinhos de morangos que bati com toda a força (e estupidez) do meu ser meu joelho no carro. Levei alguns segundos pra processar a dor e ficar com raiva por me machucar pouco antes do embarque e dias antes do casamento. Ganhei um belo roxo e manquei um pouco, mas nada que atrapalharia minha entrada na igreja.
Denguinho bom
O meu maior medo não era o cancelamento do voo, mas o extravio das malas, principalmente daquela que levava toda nossa roupa de casamento! Fui rezando de Marseille à Lisboa e chegando lá, pouco antes da aterrisagem, uma mega turbulência e a tempestade me fizeram esquecer as malas e rezar pro avião não despencar, mas pousamos direitinho e em meio à chuva fomos conduzidos ao terminal pra dar prosseguimento à viagem.
Não sei quantos minutos se passaram entre sair do avião e chegar ao terminal, e entre descer do ônibus e chegar ao saguão, e sair andando rapidinho e mancando, acreditando que o horario estava apertado e que iríamos perder o voo, pensando que Lisboa fica no mesmo fuso de Paris… Enfim, quando vi o primeiro relógio do aeroporto e depois de o Bernardo me falar infinitas vezes sobre o fuso, fiquei menos estressada e comecei a andar devagar.
Sai com essa cerveja pra lá!
Finalmente chegamos ao controle de saída da União Europeia, enfrentamos uma senhora fila e prosseguimos à caminhada em direção ao portão de embarque, que ja deveria ser nos Açores, tamanha distância que percorremos. Chegamos ao portão com uns quarenta minutos de antecedência e uma fila quilométrica de brasileiros já estava formada, antes mesmo que o embarque tivesse sido iniciado. Bom, o avião não iria sair vazio, então sentamos e aguardamos a chamada pro embarque.
O avião mais parecia um ônibus de excursão, com várias donas um tanto histéricas querendo por a fofoca dos passeios em dia e sem respeitar o espaço e sossego alheios, e quando era hora da soneca uma tia muito do sem educação não se furtou em acender a luz de leitura (que parecia um holofote do Maracanã) repetidas vezes, acho que pelo simples prazer de incomodar os vizinhos do banco de trás, que no caso éramos nós.
Comemorando aniversário de casamento! 2 anos!
Desistimos de dormir e fomos assistir à vasta seleção de filmes disponíveis. O sono insintindo, a tia chateando, mas conseguimos dar alguns cochilos de golfinho. Nada a reclamar do serviço de bordo da TAP, fomos bem tratados e bem servidos, Air France deixa a desejar e muuuito perto deles!
Matando saudade de mães! E do quiabo!
Quando enfim chegamos em Confins, enfrentamos outra super fila na Polícia Federal antes de finalmente chegarmos à retirada de bagagem. Pro meu imenso alívio, embrulhada como a despachamos, lá veio a mala com todas as roupas do casamento. Pronto, o pior tinha passado, dali pra frente era sair de dentro da sala de vidro preto, partir pro abraço e matar a saudade da família que nos esperava logo ali, a poucos passos de nós!
Deixe um comentário