O que fazer no outono na Provence

O outono na Provence tem sinônimo de recomeço: à medida que os primeiros dias de setembro se aproximam, nos despedimos aos poucos das temperaturas quentes, das roupas leves e descontraídas de férias, da areia nos pés, tardes de piqueniques nos parques, e nos organizamos pro novo ano escolar que inicia. Oficialmente, o outono no hemisfério norte só começa por volta do dia 21 de setembro, mas o começo do mês já é um bom período pra planeja uma viagem de férias de outono na Provence.

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Os meses de setembro e outubro são excelentes para quem quer conhecer o outono na Provence. As temperaturas ficam mais amenas, com um frescor matinal e no fim do dia se acentuado, o que pode significar a volta dos pequenos casacos e echarpes pra compôr o visual. A luz do outono na Provence é particularmente encantadora, digna mesmo de inspirar os grandes artistas que passaram temporadas a pintar as paisagens iluminadas pelo sol no entorno do mediterrâneo. Novembro é um mês com tendência à dias mais chuvosos, mas basta prever passeios adaptados aos dias com chuva que dá pra visitar a região também nesta época.

O período de outono na Provence é bem mais marcado pelos produtos que encontramos na feira do que pela mudança contrastante de cores na paisagem. A vegetação da região é rica em pinhos e arbustos baixos típicos de regiões de solo árido, conhecidos como garrigue. Mas podemos ver árvores folhosas em jardins pelas cidades, ou ainda à medida que nos aproximamos da região dos Alpes.

Veja como se vestir no outono na Provence

O que fazer no outono na Provence

O outono na Provence é um período propício aos passeios ao ar livre: as temperaturas estão mais agradáveis em relação ao verão. Enquanto o termômetreo marca frequentemente acima de 30° no período estival, o início do outono nos presenteia com dias relativamente quentes, mas com temperaturas raramente acima de 30°. Ainda é possível passar a maior parte do dia com os braços e pernas de fora  até meados de outubro e dispensar casaquinhos na maior parte do tempo, mas já são acessórios que precisam ser incluídos na bagagem. Leia aqui algumas dicas sobre como se vestir no outono na Provence para prever o tipo adequado de roupas e acessórios e evitar passar muito tempo em lojas durante a viagem.

 

Passeios ao ar livre

Vinícola e centro de arte Château La Coste

Localizado a pouco mais de 15 minutos de Aix-en-Provence, o Château La Coste reune em um mesmo lugar várias opções de entretenimento: vinícola com opções de degustações para os entusiastas, cinco restaurantes com propostas de menus diversos seguindo as temáticas escolhidas pelos seus chefs, e um centro de arte contemporânea ao ar livre com obras de expoentes do nosso tempo, como Ai Weiwei, Bob Dylan ou ainda nosso conterrâneo Tunga, que deixou sua marca na paisagem provençal através da obra Psicopompos.

Vale reservar meio dia para visitar o percurso de arte com tranquilidade, ou um dia todo para se aproveitar a experiência integral com degustação e refeição em um dos restaurantes do Château. Para informações atualizadas sobre tarifas, horários de funcionamento e exposições temporárias, visite o site do Château La Coste.

Parque Ornitológico de Pont de Gau

O Parque Ornitológico de Pont de Gau é uma reserva natural e espaço de preservação ambiental localizada na Camargue, planície com zonas inundadas da região do delta do rio Ródano. No caminho que percorremos entre Arles e Saintes-Maries-de-la-mer para chegar até lá já é possível ver os arrozais característicos da região, assim como grandes fazendas e os touros da Camargue.

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Saintes-Maries-de-la-mer , porto de chegada de Maria Madalena na Provença

O parque serve de abrigo à centenas de pássaros e mamíferos de diferentes espécies nativos da região, com destaque para sua imensa população de flamingos rosa, que percorrem graciosamente as lagunas espalhadas pela região e nos oferecem um espetáculo no perídio do acasalamento, entre novembro e março, quando exibem suas cores mais vibrantes e seus cantos mais estridentes. Vale prever um tempo pra contemplar as revoadas no fim do dia, assim como o pôr-do-sol idílico que compõem uma paisagem mais que especial.

O parque é aberto todos os dias e o horário das entradas varia em função do período do ano, mas as saídas são autorizadas após o fechamento da bilheteria, um ponto que favorece a contemplação do pôr-do-sol e também das revoadas que em geral acontecem no fim do dia e proporcionam excelentes fotos pros amantes das aves.

Pont du Gard

Os vestígios do imponente aqueduto romano que abastecia a cidade de Nîmes fazem parte da lista de patrimônio da humanidade da Unesco e merece ser incluído no roteiro pela região da Provença. Pont du Gard é um impressionante testemunho da grandeza das obras construídas durante a ocupação romana no território francês, e pode ser incluído no roteiro de viagem em qualquer época do ano. No outono, a combinação da luz suave com os tons amarelados das árvores deixa o fim de tarde no monumento ainda mais encantador.

Entrada gratuita para visitar o monumento, 6,50€ por pessoa para visitar o Museu da Garrigue. Estacionamento pago, tarifa única de 9€ por veículo, aberto todos os dias.

Bambouseraie d’Anduze

O imenso bambuzal construído na cidade de Anduze, no coração do parque das Cévennes, é um excelente passeio outonal. Com características orientais, as espécies vegetais que vemos no parque combinam os diferentes tons de folhas outonais, em jardins inspirados do estilo japonês, com imensos corredores de bambus. O parque festeja em 2022 seus 160 anos com um acervo impressionante de cerca de mil espécies de bambus, além de um paisagismo que lhe vale a classificação de jardim excepcional na França, um selo conferido aos jardins que reunem paisagismo, importância histórica, estética e cultural, equivale aos monumentos históricos em termos de jardins. O jardim pode ser visitado de 19 de fevereiro a 13 de novembro (em 2022).

 

Museus e centros de arte

Outras opções de passeios que podem sempre ser bem-vindos em dias de chuvas ou vento bem frio são os museus a centros de arte encontrados em grande número na região. Como é comum termos dias chuvosos no outono, especial a partir de meados de outubro até meados de dezembro, é sempre bom ter opções em locais cobertos onde podemos desfrutar de excelentes acervos culturais para deixar a viagem ainda mais interessante.

Fundação Vasarely, Aix-en-Provence

Sonho de seu idealizador, o artista plástico Victor Vasarely, a Fundação Vasarely oferece um percurso através obras majestosas do artista instaladas num edifício construído em forma de colméia de abelhas, com grandes salas integradas onde podemos apreciar de diferentes ângulos a riqueza e dinâmica da arte cinética e ótica que fizeram de Vasarely uma referência do estilo.

Durante as férias escolares a fundação tem um calendário especial de ateliês artísticos para o público, inclusive para crianças, sendo um boa opção para quem procurar entreter os pequenos e ensinar sobre arte como Vasarely se propôs, tornando-a acessível à todos.

Museu Granet, Aix-en-Provence

O maior museu de Aix-en-Provence ocupa o histórico edifício do convento da ordem dos cavaleiros de Malta, e abriga um rico acervo que vai de peças arquelógicas que retraçam a ocupação gaulesa da região, passando por esculturas e pinturas de artistas locais, com destaque para o filho ilustre da cidade, Paul Cezanne, e ainda expõe trabalhos de pintores de renome como Picasso e Mondrian, parte de seu acervo sendo exibido em uma antiga capela a algumas quadras do museu.

Além de exibir belos exemplares em sua coleção permanente, a reserva do museu também é uma mina de ouro : frequentemente, a curadoria do museu organiza exposições de peças da reserva, o que trouxe ao público numa rica exposição de arte egípcia que aconteceu entre 2020 e 2021 – com prolongação por conta dos fechamentos ocasionados durante a crise de Covid.

Caumont Centre d’Art, Aix-en-Provence

Instalado num suntuoso casarão típico construído no século XVII no bairro nobre Mazarin, o Caumont Centre d’Art ocupa hoje lugar de destaque no circuito artístico de Aix-en-Provence, organizando exposições temporárias de grandes nomes como Turner, Sisley, trazendo estampas japonesas do período Edo e, mais recentemente, Yves Klein, cujas obras podem ser vistas até 11 de março de 2023.

O trabalho de restauração seguindo os planos originais do casarão incluiram uma cuidadosa atenção ao jardim à moda francesa, ornamentado por topiárias em forma de flor de lis. No interior, mobiliários de época compõem os salões sociais, com destaque para o salão de música e os aposentos privados principais.

A visita é completada por uma pausa no restaurante e café do centro, e a livraria encerra o percurso de passeio num dos raros casarões barrocos de Aix-en-Provence que contam com jardim e pátio anterior para manobra de carruagens.

Château de L’Empéri e Casa de Nostradamus, Salon-de-Provence

Salon-de-Provence é uma pequena joia pouco explorada por quem visita a região da Provence. É nesta cidade não muito longe de Aix-en-Provence que fica a base aérea da Patrouille de France, a esquadrilha da fumaça francesa, assim como o segundo maior acervo de equipamentos militares do país, atrás apenas do acervo do Musée de l’Armée em Paris. O museu está instalado no Château de l’Empéri, que foi construído no século IX no alto da colina que fica no coração da cidade e serviu de morada para os arcebispos da Arles entre os séculos IX e XVIII, e também para imperadores germânicos.

Além do museu com acervo militar, a cidade também foi residência de Michel de Nostredame, conhecido como Nostradamus, que nasceu em Saint-Rémy-de-Provence e morou durante muitos anos em Salon-de-Provence. Sua casa foi transformada em um museu que expõe objetos fatos importantes de sua história. Vale combinar ambas visitas em um mesmo dia, e ainda desfrutar das boas opções de restaurantes e lojas da cidade pra completar o passeio.

Saint-Paul-de-Mausole, Saint-Rémy-de-Provence

A clínica psiquiátrica onde Van Gogh ficou hospedado após o episódio da orelha cortada em Arles funciona no edíficio de um monastério Saint-Paul-de-Mausole, que data do século XI reconvertido em clínica privada, que funciona até os dias atuais. O percurso do centro cultural dedicado à Van Gogh inclui a visita ao claustro do monastério, às obras realizadas pelos pacientes da instituição durante os atêlies terapêuticos, ao quarto onde Van Gogh passou um ano e pintou um imenso número de suas obras, além do belo jardim que ele podia ver de sua janela, ornado de íris e lavandas, além das ervas da Provença.

Palácio dos Papas, Avignon

O Palácio dos papas em Avignon é o maior palácio gótico da Europa foi construído no século XIV para abrigar os papas que se instalaram em Avignon durante cerca de um século. Apesar de ter sido muito degradado ao longo dos séculos que sucederam sua desocupação, um trabalho espetacular de reconstituição em realidade virtual foi feito para levar o visitante em uma viagem pelo tempo, mostrando através de tablets como era a decoração do palácio em seus tempos de esplendor.

A visita completa inclui também o acesso aos jardins reconstituídos recentemente e ornamentados com espécies locais, principalmente ervas provençais, e que conta também com um parquinho pra crianças – excelente pausa durante a visita que pode durar mais de duas horas. Os pequenos podem ser facilmente envolvidos na descoberta do percurso com uma caça ao tesouro pensada através do tablet – Vic fez a visita aos 4 anos e aproveitou bastante, ficou muito interessado em encontrar todas as peças do tesouro.

Além do percurso permanente, o monumento também recebe exposições temporárias que podem ser visitadas no fim do percurso, ou ainda com entrada exclusiva, caso você já tenha feito a visita completa do Palácio.

Museu de Arles antiga

Localizada às margens do rio Ródano, a cidade de Arles foi de grande importância durante o período da ocupação romana na França. Apesar de Aix-en-Provence ter sido a primeira cidade fundada pelos romanos no atual território francês, foi Arles que ganhou o coração de Júlio César, que conferiu um série de benefícios à cidade. Os vestígios romanos que podemos visitar atualmente na cidade incluem o anfiteatro e a arena, além dos criptopórticos – o subterrâneo da cidade. Parte importante do que ornamentava as residências da cidade compõe o acervo do Museu de Arles antiga, com destaque especial pros mosaicos de pisos de residências romanas e sarcófagos ricamente decorados. Uma chalana de mais de dois mil anos foi resgatada do leito do rio Ródano e está exposta como uma adição recente ao acervo, que também conta com esculturas do período romano, assim como maquetes das construções da época.

Mucem e Gruta Cosquer, Marseille

Construído entre os fortes de Saint Jean e Saint Nicolas, na entrada do Vieux Port em Marseille, o Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo ocupa um edíficio em estrutura de concreto que reproduz as ondulações da água do mar e se conecta ao Forte de Saint Jean por meio de uma passarela também em concreto. Seu acervo reúne histórias das migrações às margens do mediterrâneo, em referência à pluralidade da cidade em que se encontra, rica de 26 séculos de encontros de povos. As exposições temporárias são pensadas de modo a contemplar a história dos povos mediterrâneos e suas influências ao longo do tempo.

A gruta Cosquer ocupa o edifício ao lado, ambos construídos no mar, elemento essencial na história de ambos. Cosquer foi o mergulhador que descobriu a gruta em 1991 nas calanques durante um de seus vários mergulhos. Cauteloso, foram 5 tentativas até que ele conseguisse chegar ao espelho d’água e de fato se deparar com a beleza da gruta. Mas o melhor estava por vir: quando ele lançou sua lanterna para explorar a galeria onde estava e viu pinturas rupestres foi que se deu conta da dimensão de sua descoberta.

Dica preciosa: compre o ingresso para a Gruta Cosquer pelo site pois é frequente que os ingressos estejam esgotados ao chegar lá.

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