7 lugares imperdíveis em Bocas del Toro

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Parada pra abastecer o barco
Isla Cólon vista do barco
Dos quatro dias que passamos em Bocas del Toro, dedicamos 3 para conhecer as maravilhas naturais que o arquipélago tem para nos encantar, e encantados ficamos tão logo sobrevoamos pela primeira vez as águas maravilhosamente azuis do mar caribenho. Todos os passeios foram feitos de barco, alguns porque era o único meio de transporte possível para chegar aos destinos, que ficam nas outras ilhas do arquipélago, e outros podem ser feitos de táxi ou van e o valor por pessoa é menor, ideial pra quem viaja com orçamento mais enxuto.
Os barqueiros são todos cadastrados, e os passeios podem ser reservados diretamente no atendimento turístico, que fica ao lado da polícia, na Calle 1a. Pro primeiro passeio pagamos 12 dólares por pessoa porque o preço tinha sido combinado antes, foram dois barcos cheios (15 pessoas em cada), e os demais passeios reservamos direto no hotel e foi um pouco mais caro, 25 dólares por pessoa, mas como nos hospedamos longe do centro nesses dias, optamos por pagar um pouco mais caro ao invés de ir até o centro pra escolher os passeios. O pagamento deve ser feito em espécie, cartões de crédito não são aceitos. Os itinerários podem ser combinados no momento da reserva (ideal quando o grupo é grande), ou pode-se escolher um dos itinerários propostos, mas é certo que é possível conhecer muita coisa em três dias como fizemos. Se o tempo de estadia for maior, vale explorar outras ilhas do arquipélago.
Veja aqui 10 sugestões de destinos na América Central pela Camila no blog O melhor mês do ano

 

Cayo Zapatilla

O primeiro passeio tinha sido organizado pelos noivos e estava marcado para o dia seguinte à chegada de todos os convidados na ilha, e teve como destino Cayo Zapatilla, uma pequena ilha mais afastada e que integra o Parque Nacional de Bastimentos, reserva de proteção natural de tartarugas. Não marquei quanto tempo o barco levou pra chegar à ilha porque deixei o relógio no hotel, e lá ele ficou até o fim da viagem. O tempo corre em outro ritmo quando se está no Caribe, e só nos preocupamos com horário no dia de voltar, porque não poderíamos perder o voo.

 

 

Enfim, o passeio até Cayo Zapatilla é mágico, mesmo com a presença de muitas nuvens no céu (que nele ficaram até que o sol foi mais perservarante e deu o ar da graça), a vegetação é tanta que num determinado momento me senti totalmente desligada de todo e qualquer vestígio de civilização, como se só existisse o barco, o mar e tudo em volta, e eu via tudo aquilo desfilar na minha frente como se assistisse a um filme. Por um momento, desejei que Colombo não tivesse chegado nas Américas, que elas tivessem ficado intactas, como um santuário. E alguns pontos parecem ter ficado assim, bancos de areia cobertos por vegetação onde só a fauna sabe o que existe. Chegando em Cayo Zapatilla, um aviso indica que trata-se de área de preservação ambiental e local de reprodução de tartarugas, mas acho que alguns frequentadores não levantaram os olhos pra ler o aviso, pois logo ao lado muito lixo tinha sido deixado, uma pena. Cayo Zapatilla ficou marcado como sendo meu primeiro banho em águas caribenhas, águas de um azul estonteante, mas também aquele tapa na cara pro estrago que fazemos ao conhecermos pequenos pedaços do paraíso achando que a limpeza urbana vem atrás apagar nossos traços.

Isla Pájaros

Nosso segundo roteiro de barco foi feito no domingo e visitamos três destinos em companhia de um simpático casal de argentinos, únicos passageiros no barco além de nós cinco (Bernardo, eu, os sogros e Fabrício, amigo de infância de Bernardo). O itinerário escolhido tinha três pontos de parada : Isla Pájaros, Bocas del Drago e a Praia das Estrelas, e foi escolhido depois de uma conversa com outro barqueiro em Cayo Zapatilla, que nos explicava sobre a região, e uma coisa muito intrigava desde que cheguei no lugar : a origem no nome Bocas del Toro. Parti de um óbvio que é meu referencial (moramos no departamento Bouches-du-Rhône, ou Bocas do Ródano, o rio de deságua no mediterrâneo aqui na região), mas não tem nada de rio, e sim uma pedra que, vista das caravelas, tinha a forma de um touro, e quando por ela o vento passava, fazia o som do touro. A tal pedra, é Isla Pájaros.

 

Neste dia fomos mimados pelo barqueiro, que nos explicava cada gota d’água que víamos ao redor, mostrava as tartarugas que apontavam a cabeça pra fora d’água (não consegui ver nenhuma, lerda que sou) e conversou com pescadores de lagosta que nos mostraram o que tinham pescado até então, mergulhando 15 metros em apneia, ou seja, no fôlego do peito. Mais tarde descobrimos que aqueles pescadores eram os fornecedores do restaurante onde almoçamos, e aquelas lagostas seriam ali servidas no dia mesmo ou no dia seguinte, sendo vendidas ao restaurante por 4 lares a libra.
 
Ao nos aproximarmos da Ilha Pájaros, a mesma sensação que tive no passeio a Cayo Zapatilla me invadiu, aquela sensação de que o mundo é só aquilo que está diante dos olhos e isso basta. Os únicos habitantes da ilha e únicos autorizados a tocar seu solo, os pássaros, vivem numa harmonia invejável. O sogro sabia o nome de todos e ensinou ao barqueiro que desconhecia : atobás… As águas cristalinas ao nosso redor e em tons de azuis fascinantes em torno da pedra completavam o quadro paradisíaco. E qualquer palavra que eu tente usar pra descrever vai ser insuficiente diante da beleza do lugar.

 

 

 

 

Bocas del Drago

Nossa segunda parada no passeio é também onde almoçamos, e pode ser acessada de táxi/van pois fica na própria Isla Cólon (a mesma onde fica o aeroporto de Bocas). A praia tem águas que já tentei descrever e não consigo, só vendo. Temperatura perfeita pra relaxar na água e ter a sensação de nadar no céu. Peixes nadando em torno dos nossos pés completam o quadro marinho, e redes estendidas sob as árvores convidam a deitar e… carpe diem. Já chegamos direto no ancoradouro do restaurante e encontramos os noivos e mais convidados do casamento. Por lá ficamos, e o almoço foi classificado como a « melhor lagosta que já comi na vida » pela sogra (confirmo porque experimentei), o melhor peixe que o marido comeu e os camarões mais lindos e saborosos que comi, tudo isso por um preço de cair o queixo (só o camarão, gigantesco, foi 30 dólares, e valeu cada centavo).
Chegando em Bocas del Drago

 

Identifique os gringos (mesmo nós temos “bronzeado” de gringo)

 

 

 

Pescado (corvina) que os meninos pediram, delicioso!

 

 

Chegando da pesca

 

O restaurante onde almoçamos em Bocas del Drago

 

 

Playa de las Estrellas

A terceira e última parada do passeio também pode ser feita à pé, numa caminhada à beira mar de cerca de 20 minutos, o que todos fizeram, menos eu, que fiquei boiando (literalmente) e aproveitei pra fotografar as gaivotas. A praia tem esse nome por sr habitada por centenas de estrelas do mar, e um aviso nos previne de não toca-las. O barqueiro me deu o tempo que quisesse pra apreciar e fotografar as lindezas, e como ele sabia que eu tinha sido a única a não ir à pé pra praia perguntou se queríamos aproveitar o tempo pra nadar mais um pouco, mas preferimos seguir de volta pro hotel.

 

Baía dos Golfinhos

Se você está no paraíso, deve ver os seres do paraíso. Foi assim que começou nosso terceiro passeio, feito numa segunda feira, com barco lotado, incrivelmente. Nada nessa viagem me deixou mais emocionada (além do casamento) que o momento que vi os golfinhos se exibindo pros vários turistas dos barcos que os aguardavam na Baía. O barqueiro chega com calma e pára, e nos deixa tempo mais que suficiente pra apreciarmos, maravilhados, o espetáculo que os golfinhos nos oferecem. Fiz algumas fotos e um videozinho bem curtinho, mas a maior lembrança está mesmo na minha memória, e só de fechar os olhos tenho o filme perfeito dos golfinhos saltando e nadando em torno dos barcos, algo inesquecível que encantou a todos no barco.

 

 

 

 

Cayo Coral

Em setembro de 2012 fizemos o batismo de mergulho, momento que foi antecedido de muitas dúvidas e hesitações de minha parte, tomada de um medo sem fundamentos que eu estava antes mesmo de me lançar na tentativa, apesar de fazermos snorkel regularmente no verão por aqui. No momento que submergi, as dúvidas e medos ficaram na superfície, e entrei em contato com o maravilhoso mundo submarino que os aquários nos dão apenas uma amostra. Sim, aquários falham em nos proporcionar a sensação de plenitude encontrada somente quando estamos submersos escutando o ruído delicioso do mundo aquático. E foi durante essa experiência que eu tive certeza de que o paraíso está debaixo d’água. Não fizemos mergulho em Bocas del Toro, mas pudemos fazer snorkel em Cayo Coral, lugar que pra mim é o Jardim do Éden submarino. As fotos foram tiradas pelo André, o digníssimo noivo, que gentilmente permitiu sua publicação aqui. Porque o paraíso também se compartilha.
O barco nos leva primeiro ao restaurante, onde fazemos o pedido do prato (pedi carne de lagosta, 14 dólares, pagamento somente em espécie) e em seguida nos leva ao ponto onde podemos mergulhar.
Foto: www.eelvision.com

 

Foto: www.eelvision.com

 

Foto: www.eelvision.com

 

Foto: www.eelvision.com

 

Foto: www.eelvision.com

Playa Raña Roja

Nossa última parada nesse derradeiro passeio foi a praia da rã vermelha, pequeno batráquio de cor forte e pintas pretas que só vimos mesmo na foto, porque ele não fica desfilando por ali e é relativamente difícil de ser encontrado – e quando é encontrado, uma criança local faz questão de vir mostra-lo aos turistas ávidos por vê-lo, turistas que fotografam o animalzinho contido pela criança em troca de uma mísera moedinha de 1 dólar. Mas fomos recebidos por uma preguiça que tentava, em seus movimentos de bailarina dos galhos tropicais, encontrar a posição perfeita pra se dependurar num galho qualquer da árvore onde estava. Depois de pagarmos 3 dólares por pessoa de entrada (trata-se de propriedade privada) caminhamos até a praia, mas fiquem sabendo vocês que uma pickup faz o trajeto. Descobrimos que é pra lá que iam todos os surfistas que desembarcaram com suas pranchas no aeroporto, porque nas demais praias onda é acontecimento raro. Ficamos menos tempo que nosso companheiros de barco porque tivemos de regressar mais cedo pro hotel e seguir rumo ao aeroporto, porque nossa estadia no paraíso infelizmente tinha horário pra terminar.

Desejo que todos tenham um amigo que se case no Caribe.

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11 Responses

  1. Natalia Itabayana Junqueira de Mattos

    Obrigada Lilian!
    O lugar inspira à exercitar o olhar na hora dos cliques, e agradeço muito pela ideia do nosso amigo de se casar no meio das Américas e nos levar a descobrir esse cantinho de paraiso!
    Beijos!

  2. Anônimo

    Oi…como faco pra reservar e comprar antes as passagens de ida e volta para Bocas del Toro????obrigada

  3. giovana

    Natalia, vocês ficaram em qual hotel?
    Sabe de hoteis/pousadas legais para se hospedar por lá?
    Obrigada, Giovana!!

  4. Natalia Itabayana

    Oi Giovana!
    Nos hospedamos no Playa Tortuga, o resort onde aconteceu o casamento dos nossos amigos, por isso tivemos uma tarifa diferenciada, mas acho que valeu a hospedagem, hotel bom e com serviços corretos!

  5. Brabat Haiti

    Natália,

    não entendi o que você falou sobre a alimentação? é cara na ilha? de maneira geral a viagem foi cara? Alimentação no local? transporte no local? Achei os preços de uma hospedagem não tão cara pelo paraíso que parece ser?

    desde já agradeço

  6. Natalia Itabayana

    Ola!
    Achei os preços justos e bem acessíveis se comparados com os preços aqui na Europa (que é minha referência por ser onde moro). A alimentação em especial nos agradou muito, e a relação custo-beneficio foi excelente!

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