E hoje todos acordamos cedo… O dia começou com despedidas antes dos raios de sol aparecerem. As malas estavam prontas na véspera da partida, o voo era ao meio dia, mas como iríamos de ônibus não nos demos ao luxo de perder tempo. Às oito da manhã estávamos todos prontos, eles para retornarem ao Brasil, e eu, para leva-los ao aeroporto.
Saimos logo depois do café da manhã cada um com uma mala, eu carregando pertences que não eram meus, e o único som que ouvimos foi do barulho das rodinhas das malas correndo no chão. Assim que chegamos ao ponto pra embarcar no ônibus que nos conduz ao aeroporto, o motorista nos preveniu sobre um acidente que interditou a estrada dificultava o acesso ao nosso destino, mas que ele tentaria o possível para chegarmos a tempo. Pra sorte deles, saimos com uma antecedência boa, e o motorista fez o possível pra chegar, mas chegamos bem em cima da hora, às onze da manhã, uma hora antes do embarque, o que nos deixou um tempo curto de despedida, tanto melhor…
Check-in feito, corrida pra embalar as malas e despacha-las, seguimos pro portão de embarque, pro derradeiro abraço, e eles atravessaram a porta que eu não poderia mais atravessar, rumo à sala de embarque, onde esperaram por menos de cinco minutos antes de entrarem no avião. Nessa hora vieram todas as lágrimas que não chorei quando voltei do Brasil, e senti talvez a mesma dor que minha mãe no momento que me viu entrar pra sala de embarque em Confins…
Foi um mês com casa cheia, um mês com minha mãe, meu irmão e meu cunhado como hóspedes, um mês acordando e desviando de colchão, malas, sapatos que não eram nossos, acordando um por um pra sair pra passear, preparando café da manhã, almoço, jantar, revendo fotos, rindo, descobrindo manias, lugares, gostos…
E agora, ao chegar em casa do aeroporto, abrir a porta e me encontrar só com a Luna, constatei que faltam três casacos pendurados atrás da porta, três escovas de dentes no banheiro, três risadas na sala antes de dizer boa noite, três pratos na mesa na hora do jantar, três pessoas queridas que partilharam conosco nossos primeiros Natal e Réveillon na França, e tantas outras experiências…
Agradeço aos três pela companhia, pela disposição de enfrentar passeios maravilhosos mas por vezes cansativos, por alegrarem nossa casinha e nossas vidas nesse último mês…
Cinthia
Tenho certeza que voce fica com um pedacinho deles ai com voce… eles levam um pedacinho de voces com eles. Logo, os pedacinhos se reencontrarao e todos ficarao felizes. A vida é assim.
Marta
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Marta
É… "ainda bem" que não deu tempo das "despedidas"… Pq cada vez que faço isso envelheço pelo menos 5 anos…
Mas hj, depois que busquei o Yoshi, meus olhos insistiam em ficar mais "molhados" do que de costume. Até a hora que a Ana Carla me perguntou se eu já estava com saudades.
A vcs nossos (meu em especial) agradecimentos, e minhas desculpas pela invasão da privacidade, pelo desconforto, pela bagunça e por toda o "desassossego" causado durante estes curtíssimos 30 dias.
Mas valeu cada segundo juntos.
Amo vcs!
Flávia Pestana
Até chorei emocionada com o seu texto amiga…
Saudades!!!