Idas e vindas

E mais vez tivemos de cumprir a difícil tarefa de levar família pro aeroporto… Dessa vez não fui sozinha, não tive que encarar sozinha o vazio da casa, constatar o quanto ela cresce quando somos só nós dois e Luna (ela é tão pequena que nem ocupa espaço, salvo na nossa cama). Mas é difícil segurar as lágrimas na hora que temos de nos separar no saguão do aeroporto, é difícil retomar a rotina depois de dois meses de casa cheia, de momentos divertidos compartilhados, de passeios e descobertas, de carinho de família…

Ontem fomos dormir, os três (Luna cresce na hora que sobe na cama, ocupa espaço que nós dois juntos não ocupamos) numa casa silenciosa, que não tinha mais família na sala pra compartilhar o café da manhã, os progressos na fisioterapia, as curiosidades do dia-a-dia. Hoje, acordamos só nós, sem o cheiro do expresso que o sogro fazia quando Bernardo saía pro trabalho… O expresso foi só um, a mesa será posta pra nós dois, e voltaremos às nossas atividades cotidianas, até que venham mais visitas, até que venha mais família, até que sejamos convidados à mostrar aos hóspedes as belezas que nos cercam, e até que façamos outra visitinha ao Brasil, em meados deste ano…

À família, que topou cruzar o Atlântico pra passar um tempo conosco, enfrentar frio e saudade dos que ficaram no Brasil, deixar pra trás as preocupações da vida cotidiana e, acima de tudo, que enfrentaram o aperto no coração de nos ver partir pro velho continente, fica a gratidão pelos momentos passados juntos e uma casa e coração de portas sempre abertas pra recebe-los quando quiserem!