A região da Provença tem um patrimônio natural e histórico inestimável, e que vai muito além dos campos de lavanda que colorem e perfumam a região durante apenas um mês no verão. Grande parte dos monumentos da região constituem uma herança impressionante deixada pelos romanos na época que expandiram seu império até o sul da França, região que era conhecida então como “província romana” e que ficou mais tarde conhecida como Provença. Um belo exemplo de vestígio dos tempos romanos na Provença é o Pont du Gard.
Naquela época os romanos construiram grandes cidades às margens do rio Rhône (Ródano), como é o caso de Arles e Nîmes, e em ambas podemos ainda hoje testemunhar a potência que o império romano teve outrora. Esta última tinha grande importância na época, e no século I deu-se a construção de um imenso aqueduto para abastecê-la, tal qual Roma. Vale lembrar que Nîmes também conta com grandes monumentos romanos, sendo que sua arena – o coliseu provençal – é a mais preservada da Europa, e utilizada até hoje como palco de eventos e reconstituições de momentos históricos do período romano, como os Jogos Romanos (leia mais neste post). Nîmes é também uma boa opção de hospedagem para quem pretende incluir um passeio pelo Pont du Gard no roteiro.
O aqueduto em questão é um lugar excepcional e não fica muito longe de casa: o belíssimo Pont du Gard, o maior aqueduto romano do mundo, com 49 metros de altura. Além disso, é o único construído em seu estilo, em três níveis, que ainda pode ser visto atualmente. Ao longo de 5 séculos, o aqueduto transportou água para a cidade de Nîmes. Mas depois de 5 séculos, da queda do império romano e da chegada dos francos e visigotos à região da Provença o aqueduto deixou de ser utilizado, e aos poucos suas pedras foram usadas pelos habitantes para outras construções.
Foi somente no século XIX que surgiu a preocupação com o estado do aqueduto, que corria sério risco de desabamento, e uma série de medidas foram pensadas para restaura-lo e preserva-lo, tudo isso sob a tutela da inspeção dos monumentos franceses. nos anos 1980 a Pont du Gard integrou a lista de patrimônio da Unesco, e nos anos 2000 os arredores do monumento ganharam infra-estrutura de recepção de visitantes, caminhos balizados e iluminação apropriada, de forma a facilitar o acesso dos visitantes e garantir a preservação do monumento e do entorno natural, constituído principalmente pela vegetação típica provençal, a garrigue.
Como chegar no Pont du Gard
Depois de atravessarmos o vilarejo de Vers-Pont-du-Gard (porque fui lerda e esqueci de anotar as coordenadas de GPS do monumento), seguimos as placas indicando o acesso ao monumento, que pode ser feito tanto pela margem direita (rive droite) como pela margem esquerda (rive gauche), e em ambas as margens os estacionamentos dispõem de um grande número de vagas. O acesso é pago, seja à pé, de bicicleta ou de carro, mas a entrada durante as Journées Européennes du Patrimoine (os dias europeus do patrimônio) era gratuita. Estacionamos com facilidade, pois como já era fim do dia havia muitas vagas disponíveis, e nos dirigimos rapidamente pra ponte, pois o sol já começara a baixar no horizonte, e não queríamos perder o momento mais esperado do dia.
A visita ao Pont du Gard
Ao sair do carro, apertei o passo pra não deixar escapar o momento em que os derradeiros raios de sol deixam a face oeste do aqueduto dourada. O horário de visitas no período estival é generoso e se extende de 7h30 até meia noite entre os meses de maio e setembro, mas como neste último mês o sol geralmente se põe por volta das 20h, minha pressa era justificada, pois havíamos chegado por volta de 19h, mas ainda conseguimos capturar o momento em que o sol baixa e se encontra dentro dos arcos, além de fazer uma pequena caminhada pela trilha que leva ao terceiro andar do aqueduto, por onde passava a água, e que pode ser visitada durante o verão – mas por conta do horário tardio da nossa ida, o acesso à canalização já estava fechado.
Atravessei a ponte até a margem direita, e cheguei a tempo de assistir o sol baixar no horizonte dentro dos arcos do segundo nível da ponte, o exato momento que eu tanto queria presenciar. Caminhei alguns metros e finalmente me vi diante da cena que imaginava quando escolhi o horário vespertino pra visita: o sol tingiu de dourado, depois de salmão, o aqueduto. Durante minutos, meus olhos contemplaram dois mil anos de um trabalho imponente e que hoje é um dos principais cartões postais da Provença.
Claro que o Pont du Gard é a atração principal do parque, e ainda percorremos uma pequena trilha pra vê-lo do alto, mas a visita também pode se extender aos espaços organizados que contam a história do monumento, assim como a trilha de 1,4km “Memórias da garriga”, um percurso de descoberta da vegetação local, além do espaço lúdico dedicado às crianças. Mas naquele dia, a dupla pôr do sol e aqueduto superaram em muito minhas expectativas, e o Pont du Gard é mais um monumento que vou incluir no roteirinho dos passeios com nossos próximos hóspedes.
Um excelente destino estival
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Pont du Gard – Informações práticas
Tarifas:
9,50€ por pessoa (estacionamento, entrada no parque com acesso ao aqueduto e museu inclusos)
tarifa reduzida: 7€ estudantes e portadores de necessidades especiais e um acompanhante (apresentar justificativa na recepção)
Gratuito até os 17 anos
Janeiro, fevereiro, novembro e dezembro: 9h às 18h
Abril e outubro: 9h às 20h
Maio: 9h às 21h
- Aix-en-Provence: 110km
- Arles: 38km
- Nîmes: 23km
- Avignon: 25km
- Montpellier: 81km
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