Era pra ter sido surpresa, mas Bernardo já desconfiava. Era pra eles terem vindo pro Natal, junto com o restante dos Buscapé, mas o acaso quis que eles viessem um pouquinho depois, e esse depois coincidiu com o aniversário de Bernardo, tanto melhor. No dia 3 de fevereiro, depois usar o pretexto da consulta médica em outra cidade (consulta verdadeira, apesar da data ser realmente no dia 4 e o consultório escolhido ser em Aix mesmo, não na cidade ao lado, como eu disse a Bernardo, a despeito do médico ter realmente um consultório nesta cidade), acordei com a melhor disposição do mundo, dei banho em Luna Maria e fomos as duas ao aeroporto, recepcionar os queridos sogros, que vêm ao nosso encontro com um sorriso reconfortante e alentador no rosto.
O dia estava friozinho (um tanto frio pra sogra, meio quente pro sogro), do aeroporto fomos pra casa almoçar e preparar a festa de aniversário do Bernardo. Convidados à postos, bolo pronto e peticos à mesa, só faltava mesmo o aniversariante chegar! Ao chegar em casa e abrir a porta, era uma casa repleta de amigos que ele viu. Ao abrir a porta do nosso quarto, pai e mãe estavam sentadinhos esperando ele chegar! E neste momento ele diz que já desconfiava…
O primeiro fim de semana foi de passeios em Aix mesmo, e uma ida à estação de ski pro Bernardo se divertir, já ainda estou de castigo até o começo de março. Durante a semana aos poucos passeamos pela cidade. No segundo fim de semana partimos pra Itália, mas não pra destinos próximos daqui, como Gênova ou Torino. Na sexta feira cedinho encaramos quase 800km de estrada até Treviso, do lado de Veneza, onde mora Nazaré, uma das irmãs do Hortensio. Passamos a noite por lá e no sábado partimos pra Veneza que, apesar da névoa, do pouco tempo pra passear e de algumas fachadas cobertas pra reformas estava linda, e muito cheia de turistas. De Veneza seguimos até Gorizia, na fronteira com a Eslovênia, onde mora a Meri, amiga de Hortensio e Suzana e madrinha do Bernardo.
O GPS funciona que é uma maravilha, mas mesmo quando atualizado ele não nos diz que a rodovia está em construção e aprendemos que, nesses casos, é melhor seguir a placa amarela indicando a mudança temporária do que ir parar na Eslovênia, onde não falamos a língua (cheia de acentos e letras de cabeça pra baixo). Felizmente o erro de percurso foi corrigido a tempo, e não corremos risco de extradição indevida porque a Eslovênia faz parte da União Europeia. Um dia ainda volto lá pra conhecer direito o país, mais pelo prazer de ir a um país daqueles cantos eslavos…
Passamos um agradável fim de semana em companhia de amigos agradáveis, boa comida e excelente vinho, e na segunda feira foi a minha vez de encarar os quase 900km de estrada pra voltar pra casa, com direito a chuva desde Gênova até o destino final, trânsito lento no fim do dia em Nice, mas com um belo pedaço de grana padano na bagagem e o jantar preparado pelos sogros!
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